terça-feira, 9 de junho de 2009

O cenário da década de 50.

A década de 50 foi o auge dos movimentos vanguardistas de 1920. A modernidade não se dava apenas nas artes, havia um pensamento progressista no ar e a modernização brasileira estava a todo vapor. As características que marcaram o período se deram no campo da urbanização, da educação e da imprensa.
Quanto à urbanização o que aconteceu foi que a população urbana aumentou e tornou-se maior que a do campo. Para se ter uma idéia, 24% da população rural migrou para a cidade em 1950. Tal processo de urbanização se deu pela intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956 que fazia parte da “política desenvolvimentista” do presidente Juscelino Kubitschek.



Já no campo da educação, apesar de nesta época ainda ser grande o número de analfabetos no país,cerca de 50% da população, houve um aumento progressivo do nível de escolarização. Em 1960 esse índice de analfabetismo cai para 39,3%.

E, finalmente, no campo da imprensa os anos 50 foram libertadores porque os jornais não dependem mais tanto do Estado ou de poderosos políticos como dependiam antes. Desta forma passaram a existir muito mais jornais em circulação (O Globo, Correio da Manhã, O Jornal, Jornal do Brasil, Diário Carioca, Ultima Hora e etc) e surgiram os movimentos de jornalismo, como o jornalismo político, o jornalismo popular e o jornalismo moderno. Para a população foi inovador o jornalismo popular que buscava alcançar as classes mais simples, e possibilitar a elas acesso a conteúdos informativos assim como as classes mais abastadas já o tinham há mais tempo. O jornal Última Hora, por exemplo, utilizava-se de um apelo e de uma linguagem adaptada que falasse a esse novo público leitor.



fonte: almanaquedacomunicacao.com.br


Outro inovador da época foi o Diário Carioca ao adotar o lide. Os textos do jornal passam a ser mais objetivos, curtos e com uma linguagem coloquial que fazia jus ao slogan que dizia “O máximo de jornal no mínimo de espaço”.



fonte diáriocarioca.com.br

Neste contexto, surge então um Brasil moderno. Para a cultura brasileira, o momento foi rico para a produção cultural porque nossa cultura buscava a inserção de sua própria modernidade, com suas próprias características. Assim, todo pensamento cultural brasileiro viu um momento de grande auto-estima, sem se basear em vanguardas européias. Brasília torna-se a concretização e o símbolo deste Brasil moderno, sendo assim chamado por ter sido presenciado desenvolvimentos em diversos aspectos.

A modernidade institucional é um deles. Tivemos nessa década duas eleições diretas : a de Getúlio Vargas e a de Juscelino Kubitchek, que assume o governo prometendo “50 anos em 5”. Os brasileiros sentem então uma tranquilidade institucional porque são quase 10 anos sem golpe de Estado. Outro aspecto é a modernidade nas artes em que nota-se um ambiente cultural mais rico e diversificado que é resultado não só da urbanização, da crescente escolarização e do desenvolvimento dos meios de comunicação mas também graças às vanguardas modernistas dos anos 20.

Todo esse sentimento progressista cria uma “urgência do moderno” em que a modernidade pode ser construída, por isso criam uma nova cidade com uma nova arquitetura, fazendo assim com que a modernidade fosse vista. Então, seguindo essa necessidade, as bienais de São Paulo começam a mostrar o que acontecia nas vanguardas das artes plásticas visuais.



cartaz da terceira bienal realizada em São Paulo. Fonte: coresprimárias.com.br




Tarsila do Amaral participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo


Por: Elisa Baeninger Grego

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Olá, Elisa. Parabéns pelo seu material. Super esclarecedor. Linguagem clara e objetiva. Tenho que fazer um estudo para a escola e o seu texto serve como uma base bem sólida para o meu trabalho. Obrigado!

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